Mais um para a mesa do canto!
Olhe, é mais um se faz favor! - disse, de dedo esticado, para o empregado da esplanada. Ele acenou afirmativamente e foi à porta, gritar com o outro empregado, o que estava atrás do balcão.
É mais um para a mesa 17! - e talvez o outro não o tenha ouvido, porque ele voltou a gritar - É mais um para a mesa do canto!
Continuámos a nossa conversa sobre qualquer um dos nossos temas recorrentes, que ou eram política, futebol ou gajas que passavam. Não interessava onde começava a conversa, esses temas eram obrigatórios entre nós.
Mais conversa, menos conversa, lá estávamos mais uma vez a contemplar o dia espectacular que estava e as gajas que passavam, pois tinha acabado de passar por nós uma, que valia a pena comentar, quanto mais não seja, pelo ar que fez, e que nos fez quase saltar das cadeiras.
Nisto volta o empregado com o meu pedido, também ele a olhar para ela, e talvez a pensar que gostava de ter sido ele o alvo daquele olhar.
Obrigado - disse com um sorriso, meio simpático, meio sim-ela-olhou-foi-para-mim-e-tu-ficaste-cheio-de-inveja.
Olha, olha, ali no céu, o que é aquilo?! - disse o meu amigo, que me interrompeu o sorriso.
O quê? - perguntei-lhe.
Ah, sim, é um pássaro! - disse o empregado, cheio de certeza. Devia querer esquecer que ela olhou foi para mim.
Não é nada! É muito grande, deve ser um avião! - disse eu, porque realmente era grande demais e porque queria continuar a picar o empregado.
Olha, acho que não! - disse desta vez o meu amigo - parece-me uma vaca!
Fiquei espantadíssimo e ainda esperei que o empregado dissesse qualquer coisa, mas ele limitou-se fitar o céu, de boca aberta.
Tens razão! É uma vaca voadora! - repliquei então, já rendido às evidências.
É mais um para a mesa 17! - e talvez o outro não o tenha ouvido, porque ele voltou a gritar - É mais um para a mesa do canto!
Continuámos a nossa conversa sobre qualquer um dos nossos temas recorrentes, que ou eram política, futebol ou gajas que passavam. Não interessava onde começava a conversa, esses temas eram obrigatórios entre nós.
Mais conversa, menos conversa, lá estávamos mais uma vez a contemplar o dia espectacular que estava e as gajas que passavam, pois tinha acabado de passar por nós uma, que valia a pena comentar, quanto mais não seja, pelo ar que fez, e que nos fez quase saltar das cadeiras.
Nisto volta o empregado com o meu pedido, também ele a olhar para ela, e talvez a pensar que gostava de ter sido ele o alvo daquele olhar.
Obrigado - disse com um sorriso, meio simpático, meio sim-ela-olhou-foi-para-mim-e-tu-ficaste-cheio-de-inveja.
Olha, olha, ali no céu, o que é aquilo?! - disse o meu amigo, que me interrompeu o sorriso.
O quê? - perguntei-lhe.
Ah, sim, é um pássaro! - disse o empregado, cheio de certeza. Devia querer esquecer que ela olhou foi para mim.
Não é nada! É muito grande, deve ser um avião! - disse eu, porque realmente era grande demais e porque queria continuar a picar o empregado.
Olha, acho que não! - disse desta vez o meu amigo - parece-me uma vaca!
Fiquei espantadíssimo e ainda esperei que o empregado dissesse qualquer coisa, mas ele limitou-se fitar o céu, de boca aberta.
Tens razão! É uma vaca voadora! - repliquei então, já rendido às evidências.
posted by Tiago Crispim at 6:55 da tarde
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